Monday, May 29, 2006

Cena 1: O começo

Brooklyn - 29 de abril de 1991
A senhora Sarah Olsen cria os filhos como pode. Mesmo depois de ter sido abandonada pelo marido beberrão Samuel Olsen, Sarah se mostra uma mulher de fibra e tenta a todo custo criar com toda a dificuldade seus três filhos. Peter, o mais velho, Richard, o do meio e a jovem Kaly, a caçula. A vida dura que levavam fez os garotos descambarem por caminhos tortuosos não muito lícitos. Mas a pobre Sarah jamais desconfiou do caráter de seus filhos. Ao contrário, idolatrava os varões da família. Peter sempre tão alegre e atencioso com ela e a irmã. Um garoto inteligente, de futuro promissor no colégio - ao menos para ela - Achava até mesmo que ele cursaria uma universidade - o que acabou acontecendo - Richard severo, sério, ela atribuia isso a ausência do pai, e culpava-se por tal situação, aahh e Richard lhe lembrava tanto Samuel. Ja Kaly não era tão mimada quanto os outros irmãos, por mais que tentasse sobressair-se como faz todo caçula que se preze. Era menina.. e conseqëentemente, vista com outros olhos. Não tinha a liberdade que a Sra. Olsen dava aos filhos, era mantida como podia a rédeas curtas, afinal a rua não é para mocinha, coisa que seus irmãos faziam questão de frisar, para alegria de Sarah que percebia o quanto seus garotos de ouro se preocupavam com a irmã. E a vida seguia o rumo para os dois irmãos, que se envolviam em contravenções de níveis diferentes. O jovem Rich, garoto problema foi enviado a um reformatório depois de inúmeras brigas e furtos. Desvio de personalidade? Sarah achava que sim. E mais uma vez se culpava, não bastasse o beberrão do marido tê-la abandonado com as três crianças, seu filho adorado e do meio agora era levado embora pela justiça. Peter demosntrava um raciocinio lógico fora do normal o que lhe rendia alguns trocados em furtos de carros, de toca-fitas e similares, mas conseguia esconder da mãe sua vida pregressa. Queria poupá-la de mais um desgosto. Com o tempo passando Rich saiu do reformatório ainda mais frio do que havia entrado e com novos truques nas mangas. Desenvolvia o gosto por automóveis e definitivamente havia nascido com o dom. Velocidade. Não foi difícil ganhar o mundo a convite de uma pequena equipe da Nascar. E para Sarah nova dor. Havia perdido seu filho pela segunda vez. O que não contava era com o desespero da caçula ao ver o irmão partir. Um desespero além do normal para uma irmã, mas ninguém jamais ousou tocar no assunto. Richard deixou de dar notícias, limitava a enviar dinheiro e o que se sabia dele era arrancado de revistas e jornais, pequenas notas que demonstravam um piloto excepcional e imprudente, com sua vida e com a dos concorrentes. Peter concluía a faculdade e envolvia-se com gente de maior patente no Brooklyn. Desenvolvia o gosto por computadores, e o mundo harker caia a seus pés. Fórmulas, cálculos, física quântica, química, matemática, não havia mais barreiras para criar ou utilizar seu raciocínio rápido em outros fins. Começou a envolver-se com invasão de sistema de seguranças e retirava um dinheiro com isso... O mundo da computação gráfica trouxe a facilidade da falsificação e o mais velho Olsen se embrenhou em mais esta faceta, a Sra. Olsen achava apenas que ele era um rapaz aplicado, estudioso, a vida começava a melhorar com o dinheiro que Richard enviava, e o que Peter conseguia em seus "bicos" por assim dizer. Logo a alcunha de louco de Richard trouxe o nome que se tornava conhecido na mídia e nas ruas. Flair. E Flair sabia do desempenho psicológico de seu irmão mais velho, além da amizade que possuíam, deu um jeito de tirar Peter do Brooklyn levando-o para a Nascar. E mais uma vez, Sarah Olsen chorou, perdera seus dois filhos e lhe restava apenas a pequena Kaly que implorou para o irmão mais velho levá-la com ele para a Nascar. "Nascar não é lugar para menininhas" Foi o que ouviu de Pet, quando ele ia embora da casa. Kaly odiou, odiou não ter liberdade, odiou ser deixada pra trás e não poder mudar de vida com os irmãos. Era tarde e Peter partia também tornando-se assistente técnico das corridas de Flair. Mas o destino às vezes brinca e os ventos costumam espalhar os seus. A Nascar considerou Flair perigoso demais para as corridas e rescindiu seu contrato, Flair foi embora para Miami tentar uma nova vida, correr por conta própria, já que a corrida era a sua vida. Algum tempo depois era a vez de Mix, como ficou conhecido Peter ser mandado embora, motivo: Comportamento violento e insano. Parecia que a genialidade estava aliada a um instinto kamikase. E Peter partiu para Los Angeles. Não tiveram mais notícias da mãe e da irmã, mesmo continuando a depositar as somas do que conseguiam. E o submundo parece querer sempre de volta seus filhos. Flair envolveu-se com a máfia local, montou um grupo de corredores de corridas clandestinas, os Ridders, e lideravam os principais roubos de carro da cidade americana. Peter tinha seus talentos solicitados pela máfia italiana e japonesa de Los Angeles e foi lá que conheceu a intempestiva Alex, com quem casou-se. Conheceu também KJ, um mecânico de mãos cheias com quem Mix montou uma parceria rentosa e abriram a KJ Mechanicles, uma oficina a beira mar. Dizem que o amor de Peter e Alex se deu após uma briga homérica. A fama do casal corre Los Angeles, já que vivem aos socos e pontapés, e saem de mãos dadas no dia seguinte. Amor e violência parece caminhar lado a lado ao ciúme doentio que possuem um do outro. Alex era agregada a família Olsen, e seu temperamento era compreendido pela vida que havia levado, criada pelo pai, em meio aos moleques da rua, aprendeu com a violência a única forma de expressão de idéias válidas. De mostrar o que quer e fazer ser aceito. Isso foi acentuado com a chegada de mais um membro Olsen. Chuck Olsen como ela chama carinhosamente seu "brinquedo assassino" o bastão de baseball que leva consigo em sua pick up. Alex, ou Hell, como é chamada nas ruas, trabalha no La Chicas um bar de coyotes conhecido em LA e junto com Mix, adentrava no mundo das corridas clandestinas, sendo correto afirmar que Hell participava muito mais para destruir os adversários que para ganhar deles. A jovem Kaly permanecia sem dar notícias aos irmãos, mas o que a rua dizia era que ela andava alimentando o mesmo gosto por velocidades que o irmão do meio, só que em duas rodas. E assim, Kaly encontrou o irmão em Miami e a paixão recolhida e pecatória vinha a tona, ao menos por parte da garota, que fazia de Flair seu objeto de desejo. Miami jamais viveu dias de tamanha confusão e emoções fortes quando tinha Flair e Fox, pois assim ficara conhecida a caçula dos Olsen nas ruas. Perseguições policiais, ondas de furtos, manobras ensandecidas faziam parte da rotina dos irmãos. Mas o destino e seus ventos novamente espalhava os Olsen e o tempo passava. Mas o destino gosta de brincadeiras e os ventos seguem a risca seu humor. Los Angeles, 28 de maio de 2006, Cidade dos Anjos... Morada de Peter e Alex Olsen, numa confortável casa de praia a beira mar, e a cidade parecia agora acolher o segundo Olsen, que vinha de Miami atrás de novo espaço para fama e dinheiro, das ruas obviamente. Restava apenas a jovem Kaly e pelo cheiro da insanidade Olsen intensificando-se, quem garantia aos livros de história que ela também não aportaria sobre duas rodas por lá?

1 Comments:

Blogger Tyr Quentalë said...

Incoming Message:
Eu estava procurando algumas informações sobre meus irmãos.. e Olha só o que encontro? O Velho albúm de família que meu Irmão mais velho sempre tem o devido cuidado em seus cálculos metafísicos e metaquanticos de deixar tudo ajustado e compreenssível... Huum.. mas o que encontro por aqui?? Oras.. Oras.. Oras... sempre é bom vasculhar as coisas.. Me desculpe mamãe.. mas não dá mais para viver contigo.. preciso de ares mais... marítimos que estes... LA.. Vc está preparada para uma raposa?

10:09 PM  

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